domingo, 23 de dezembro de 2012

A vida e a morte de Patrick Swayze

Desde de muito jovem gostava do Patrick Swayze. Quando assisti ao filme "Dirty Dancing" fiquei encantada com a forma que ele dançava.

Não era fanática, mas acompanhava esporadicamente sua carreira e assisti alguns filmes que ele fez.
Patrick Swayze nasceu em 18 de Agosto 1952 em Huston-Texas, nos Estados Unidos. Sua mãe tinha uma escola de dança em Nova York onde ele conheceu a dançarina Lisa Niemi , ela tinha 16 anos e ele 20. Os dois se casaram ainda bem jovens e em 2009 completaram 34 anos de casados. 
Ele foi ator, cantor, bailarino, morava em um lugar belíssimo, dizia-se apaixonado pela esposa e desfrutava de uma vida bela, fazendo o que gostava, com muitos desafios e experiências novas.
Em 1994 ele e a esposa dançaram juntos na abertura de um programa de premiação nos Estados Unidos. Uma cena encantadora e apaixonante.

Os dois também atuaram juntos no filme "The last dance" - A última dança.

Em 2008 ele foi diagnosticado com câncer de pâncreas, uma das mais fatais formas da doença. A maioria dos pacientes vive menos que 6 meses após ser diagnosticada com este tipo de câncer.
Em Janeiro de 2009 Patrick disse desejar viver mais 5 anos. Disse que havia mais coisas que gostaria de fazer e que queria viver até que encontrassem uma cura.
Ele morreu em 14 de setembro de 2009. Duas semanas antes deu sua primeira e única entrevista falando sobre seu estado à Barbara Walters. Como a entrevista foi um pouco longa ela foi dividida em 5 partes nos vídeos abaixo:




Após ver esses vídeos conheci um pouco mais sobre sua vida. Percebi quanto ele desfrutou cada momento de sua vida como ator, cantor, esposo; o quanto deu de si no que fazia.

Patrick ainda tinha muitos planos, estava inclusive gravando um seriado. Ele lutou muito contra essa doença devastadora.

Ele foi um exemplo de dedicação e virtude profissional. Agraciou muitas pessoas com suas canções e atuações.

Sua esposa Lisa teve dias difíceis para lidar com o luto. Ela escreveu um livro e iniciou algumas ações para enfrentamento. Falarei sobre isso em outros posts.

Morte e Vida

A morte é um tema um tanto quanto contudente. As pessoas, geralmente, não gostam de falar a respeito dela.
 
O primeiro livro que li sobre este assunto foi "Sobre a Morte e o Morrer" de Elisabeth Kubler-Ross. A autora relata, principalmente, os estágios no processo da morte física. Ela também escreve sobre o temor da morte, esperança, a família do paciente, terapia com os doentes em fase terminal, entre outras coisas.
 
Ao final do meu estágio em psicologia hospitalar e após outras experiências de vida que tive, esse processo descrito por Kubler-Ross ficou bem claro no meu entendimento.
 
É difícil aceitar a perda da vida, quando ela começa a se esvair. Evitamos pensar na morte, mas os relatos das pessoas que estão em fase terminal ou viveram uma experiência de "quase-morte" mostram que vivemos vários processos psicológicos diante da notícia da morte iminente: nega-se, sente-se raiva, barganha-se, deprime-se, aceita-se. Porém, nem todas as pessoas vivem todas essas fases.
 
O segundo livro que li foi "Perdas Necessárias" de Judith Viorst. Este livro tocou-me profundamente, pois a autora nos auxilia a entender que a perda é uma experiência necessária ao desenvolvimento emocional da pessoa. Ao longo de nossa vida, temos que abrir mão de ilusões, expectativas e dependências para alcançar o desenvolvimento pessoal. Por exemplo, perdemos o amparo materno e os diversos "eus" que se formam durante a juventude. Perdemos também as pessoas que amamos, seja por abandono, por morte, ou por rompimento de relacionamentos. Temos ainda de superar nossas expectativas impossíveis em relação à vida e às pessoas para adquirirmos experiência, maturidade e uma visão mais realista da vida.
 
Este livro, em minha opinião, todos deveriam ler. Em um momento do livro a autora fala que deveríamos pensar na morte com mais frequência, para valorizarmos mais a vida.
 
O terceiro livro que li foi "Vida e Morte: Laços da Existência" de Maria Helena Pereira Franco Bromberg.  Neste livro, juntamente com a participação de outros autores como Maria Júlia Kovács, Vicente Augusto de Carvalho, entre outros, pode-se ler sobre a morte em vida; a vida que há na morte; a morte de si próprio; a morte do outro em si.
 
O quarto livro que li foi " A arte de morrer - visões plurais - volume 1" dos organizadores Franklin Santana Santos e Dora Incontri.
 
Em março de 2007, teve início no seio da disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo um projeto amplo, minucioso e extremamente fecundo, cujo objetivo principal consistia em levar a temática da morte e do morrer, assunto considerado tabu e interdito, para dentro da academia e para a sociedade, de forma plural e interdisciplinar. Deu-se então início ao projeto com um curso de 64 horas, que foi dividido didaticamente em cinco atitudes: religiosas, filosóficas, científicas, pedagógicas e estéticas, além de 9 painéis interdisciplinares que discutiram mídia e morte, perspectivas histórico-culturais da morte, perspectivas ético-jurídicas da morte, a criança diante da morte, entre outros. O curso foi ministrado por mais de 30 professores doutores e cujos escritos acabaram resultando neste livro.
 
É um livro denso, mas muito iteressante que trata do tema de forma bem abrangente.
 
Meu quinto livro foi "Morte e desenvolvimento humano" de Maria Júlia Kovács. Um livro também excelente.
 
O sexto livro foi "Amor e Separação: reencontro com a alma feminina" de Silvana Parisi. Este livro foi certamente um livro que expandiu minha consciência. Através de um trabalho grupal com a utilização da arte e do simbólico, a autora propõe que vivamos as perdas, que choremos pelos lutos ao longo da nossa jornada, que colemos os pedaços que se soltaram nos processos de perdas que vivemos.
 
Todas as leituras citadas são textos provocantes e de grande profundidade. Que nos faz refletir sobre a vida. Há várias vertentes no estudo da morte. A morte física e a não física. Estuda-se a pessoa que recebe a notícia de sua morte física iminente e o processo de luto dela e da família. Estuda-se a morte por separação, abandono, perdas, procrastinação, etc....Mas o que realmente me mobiliza em estudar este tema é que quanto mais eu o faço, mais apreço pela vida eu tenho e isso me faz crescer como ser humano e também a enxergar a vida e o outro de uma forma mais humana.

Sobre a morte, Mário Quintana disse: "Morrer, que me importa? (...) o diabo é deixar de viver".

Rubem Alves concorda com Mário Quintana e em seu texto "Sobre a Morte e o Morrer", que pode ser lido nos arquivos deste blog, ele diz: "A vida é tão boa! Não quero ir embora".