quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Da série sobre “compulsão alimentar”. Texto 4

Hoje quero compartilhar com vocês a terceira coisa que fiz para me ajudar a perder peso, instalar hábitos mais saudáveis e lidar com a compulsão alimentar: Malhação e alguns procedimentos estéticos (drenagem linfática e massagem modeladora).

Como eu citei em textos anteriores, a compulsão alimentar está associada a um movimento que busca uma recompensa emocional e esse movimento é realizado através de uma ação autodestrutiva, que é o comer em excesso. Como o comer compulsivo e em excesso acaba se tornando um hábito, muitas vezes ele acontece sim como uma busca da psique de alívio emocional e outras vezes apenas como um hábito já instalado e uma necessidade fisiológica.

Por esse motivo a prática de hábitos saudáveis vai possibilitar a criação de um novo caminho no cérebro, que após algum tempo, será capaz de substituir o padrão anterior autodestrutivo. Mas isso demora um pouco. Algumas pesquisas indicam 21 dias, outras 66 dias.  Pessoalmente acho que alguns hábitos precisam de um pouco mais de tempo para serem instalados. Enfim, o importante aqui é a certeza que precisamos repetir o novo hábito por algum tempo para ele se fortalecer.

Sobre a malhação eu também escolhi algo que me traria prazer. Enfatizo isso, porque uma premissa importante para fortalecermos um hábito é que ele seja prazeroso, do contrário nosso sistema de autossabotagem vem com tudo. Então eu sabia que se começasse de cara com a musculação ou ficando na esteira eu ficaria entediada e me autossabotaria. Foi aí que decidi fazer aula de dança (Zumba) que durava 45 minutos e uma aula de abdominal que durava 20 minutos. Metas atingíveis para mim naquele momento. Eu sabia que não adiantaria fazer um treino de 2 horas. Preferi começar aos poucos e persistir. Fiquei nessa rotina por 6 meses (exercício, dieta e drenagem) e após esse tempo, eu já tinha eliminado 13 kilos. Daí dei início à musculação. Como eu já tinha instalado o hábito de ir para academia, fui aos poucos aumentando meu treino. Hoje continuo com a Zumba, com o abdominal e a musculação.

Sobre os procedimentos estéticos que citei, eles em combinação com a dieta e com a academia deram um resultado muito bom. Além de também estimularem a sensação de prazer e hábitos  saudáveis. Isso é algo que eu vou sempre enfatizar porque no lidar com o comportamento compulsivo, que também é autodestrutivo, precisamos criar caminhos de bem-estar, ações e atividades, pois esse hábito de fazer coisas saudáveis e que te façam bem vai se fortalecendo e diminuindo a força dos hábitos autodestrutivos.

Fácil tudo isso? Claro que não. Eu estava extremamente focada, pois estava cansada de me sentir controlada pela compulsão. Triste em ver meu corpo cheio de celulite (inflamação) que me causava dores. Me sentia cansada e sem energia. Foi uma decisão bem profunda: QUERO ME SENTIR BEM COMIGO. QUERO CUIDAR MAIS DE MIM. QUERO CUIDAR DO MEU CORPO, ELE É MEU VEÍCULO PARA VIVER MINHAS POTENCIALIDADES E MEUS TALENTOS AQUI. SE ELE NÃO ESTIVER BEM EU NÃO VOU CONSEGUIR SER A MINHA MELHOR VERSÃO AQUI. QUERO EXPRESSAR MINHA GRATIDÃO PELA VIDA CUIDANDO DO MEU CORPO.

É com esse foco que, a cada dia, eu escolho fazer escolhas saudáveis. Nos dias em que eu vivencio uma angústia muito profunda eu vejo meu padrão de comer compulsivamente vir à tona, eu observo, percebo, vejo que ele ainda existe e muitas vezes vem forte, mas eu percebo que todo meu esforço e disciplina na construção de hábitos mais saudáveis fortaleceram minha escolha de dizer não ao impulso. De conseguir me segurar. De observar qual parte de mim busca alívio. Qual dor está vindo à tona pedindo a comida como forma de alívio e eu acolho essa dor, com amor e aceitação. 

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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Da série sobre “compulsão alimentar”. Texto 3.

Sabe aquele dia que tudo que você mais quer é comer aquela pizza bem gostosa, uma batata recheada de strogonoff e depois um pote de sorvete Haagen daz de cheesecake? Ficou assustado? Parece muito? Bem-vindo à realidade da vida de um compulsivo alimentar. Sim, fiz isso várias e várias vezes. Sozinha claro. Porque na frente dos outros o que iriam pensar sobre mim? Essa é outra característica das compulsões. Muitas vezes nos envergonhamos e vamos comer escondidos de todo mundo. E que vergonha falar disso com outra pessoa né? Vão nos chamar de “gulosos”, “descontrolados”, “que coisa feia”, “olha sua barriga”......e tantas outras frases. E o pior é ir  a uma festa e ter que comer pouco, porque a gente não vai pedir 5 pedaços de bolo. Embora a vontade e o estômago receberiam facilmente, mas novamente, o julgamento.....O que os outros vão pensar? “Que descontrolada”..... Aí o que a gente faz? Quando sai da festa passa numa padaria e faz a nossa festa particular.

Daí as pessoas falam para a gente ir para academia, fazer dieta e se controlar. Parece fácil. Mas na hora que a abstinência da comida chega, com ela vem o padrão, construído há tanto tempo e com força total. E aí, com o que recompensaremos nossa psique? Como driblar a fisiologia e a neuroquímica? O que fazemos? Ah e sobre ir para academia e ver aquela pessoa magrinha e sarada? E a vergonha do meu corpo? E o desconforto? Como saímos desse vício do hábito instalado? Como nos conectar e instalar hábitos mais saudáveis? Como lidar com a compulsão e com a vergonha?

Sabemos que uma vez que um hábito é criado e fortalecido, é bem difícil sair do “piloto automático”. Por exemplo: a gente começa aquela dieta, super firme, de repente passa em frente àquele restaurante, padaria, etc... que tem aquela comida que dá água na boca só de pensar......e aí.....? pronto! Olha o gatilho. Já foi puxado. Só conseguimos pensar na “bendita” comida. Por que isso acontece? A gente saliva e muitas vezes só consegue para de pensar na comida após comê-la porque o cérebro já antecipa a recompensa antes mesmo de recebê-la. Como já estamos condicionados e o hábito criado, o simples fato de passar em frente ao local já foi gatilho para que seu cérebro percorresse o caminho da recompensa e agora que isto foi acionado, todo o corpo pede para concretizar a ação de comer para ter a recompensa já acionada.

O autor Charles Duhigg explica isso muito bem em um livro muito bom chamado “O PODER DO HÁBITO”. E ele fala que só conseguimos “desligar” esse gatilho, de um hábito já instalado e fortalecido, ao criarmos um novo hábito que vai sobrepor o antigo. O caminho do hábito antigo estará para sempre no cérebro, pois  houve a criação e fortalecimento de uma sinapse (comunicação entre os neurônios), mas com a criação e fortalecimento de um hábito novo, o antigo perde a força. Ou seja, temos que criar um novo caminho no cérebro, que também te dará recompensas e diminuirá o poder de alguns hábitos não tão saudáveis serem gatilhos para certos comportamentos, no nosso caso, o da compulsão alimentar. E como criamos um novo hábito? Dia após dia, na repetição, no persistir. Na disposição interior de mudar. Na visualização do porquê é importante criar esse novo caminho mais saudável. Cada pequena atitude de amor e cuidado com você vai fortalecendo seu padrão construtivo, sua pulsão de vida e criando um novo hábito. Por isso eu insisto em fazermos coisas que nos causem alegria, prazer e satisfação. Uma nutrição holística. Começar a criar o hábito de alimentar nosso corpo, mente, olhos, ouvidos, presença, com coisas boas, coisas que nos conectem com a vida, com a alegria, com a confiança. A compulsão alimentar está ligada com nosso padrão autodestrutivo. E eu sempre falo que, a melhor forma de combater a escuridão é acender uma luz. No meu entender, a criação de hábitos construtivos e saudáveis e o fortalecimento deles é a melhor maneira de combater a “escuridão” da compulsão alimentar.

Vamos juntos!!!! 
Nas minhas próximas postagens continuarei compartilhando dicas e estratégias que usei e me ajudaram a vencer a compulsão alimentar e ter um relacionamento amoroso e saudável com meu corpo e com minha alimentação ;)

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