Todos nós aprendemos maneiras de
aliviar o sofrimento emocional em algum momento da nossa vida, esse é um
processo bem individual. Uma vez que aprendemos o que funciona para nossa
psique, como forma de alívio, temos a tendência de repetir o mesmo
comportamento todas as vezes que nos vemos diante de uma situação que nos cause
sofrimento emocional. Por exemplo, perceba ao que você recorre quando se sente
triste, desiludido, estressado, cansado, desmotivado, frustrado, com raiva ou
com medo. Você come? Fuma? Bebe? Usa drogas? Pratica esporte? Joga? Trabalha?
Compra? Estuda? Assiste TV? Ouve música? Foge? Viaja sem parar? Tem sempre um
compromisso ou evento social para não ficar só? Faz trabalho voluntário? Vive
numa busca incessante pela perfeição? Medita? Faz Yoga?
Seja qual for sua forma de lidar com o sofrimento emocional, todos nós, sem exceção, aprendemos uma e todas elas fazem parte da mesma rota no nosso cérebro, ligada ao sistema de recompensa. As
compulsões, por exemplo, nascem dessa necessidade que nossa psique tem de
buscar alívio emocional. E por que algumas pessoas pegam rotas mais destrutivas
que outras? Por que algumas se viciam em crack e outras em esporte? Essa é uma pergunta que envolve muitos fatores,
mas de forma breve posso dizer que isso está ligado à individualidade de cada
pessoa, suas crenças e suas vivências desde o útero materno até seu
desenvolvimento no geral.
Eu sou uma compulsiva alimentar,
convivo com o transtorno desde o início da minha adolescência. Foram muitos
anos de dietas, academia, ganha peso, perde peso, enfim......mas o fator mais
característico de qualquer compulsão é a sensação de que ela é mais forte que
nós, que não tem jeito, que tentamos, conseguimos por um tempo e
depois.....olha nós lá de novo na mesma história. Isso é sempre carregado de
muita frustração e o sentimento de desespero, tristeza e impotência.
Esse ano de 2017 foi um ano muito especial na minha vida nesse quesito. Completei 35 anos em abril. Iniciei o ano com 81 kilos, o máximo que já havia chegado. Estava bem acima do meu peso. Tenho 1.69 m. Estou terminando o ano com 66 kilos, peso esse que venho mantendo desde Junho. Algo inédito desde meus 13 anos. Não fiz nenhum tipo de cirurgia nem dietas super restritivas. Mas fiz sim grandes mudanças na minha alimentação e na minha rotina.
Mas algo que percebo que tem sido
bem importante é a observação do que está acontecendo na minha mente e é
gatilho para minha vontade de comer descontroladamente coisas bem gordas e nem
um pouco saudáveis.
Irei compartilhar aqui com vocês,
aos poucos, o que me ajudou e ajuda a lidar com a minha compulsão alimentar. O
que me ajuda a lidar com o padrão autodestrutivo que está por trás da compulsão
e fazer escolhas saudáveis e em prol da vida e do meu bem-estar.
Hoje gostaria de compartilhar a
primeira coisa que fiz: escolhi uma dieta que eu sabia que conseguiria seguir.
Aquela que melhor se adaptava ao meu corpo, minha individualidade, minha rotina
e meu gosto particular.
Compartilhe também o que te
ajuda. Muitas pessoas sofrem com esse transtorno. Juntos podemos nos ajudar
muito!
Até breve!
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